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Colecionadores: astros anônimos que recriam o passado para Hollywood

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Jim Long at Residence of the Vice President

Pam Elyea caminha decidida pelos corredores de seu enorme galpão dizendo "isto é de 'O Artista'; isto de 'Piratas do Caribe'" enquanto aponta para um projetor e um timão entre as milhares de antiguidades que sua empresa oferece em aluguel aos produtores de Hollywood.
'History for Hire', uma empresa de aluguel de peças "vintage", comandada por Pam e seu marido Jim Elyea, é o local procurado por todos que produzem filmes de época em Los Angeles.
O casal já cedeu peças a "Platoon", "Chaplin", "Argo", "O Aviador", para a série de televisão "Mad Men", entre muitos outros, desde 1985, quando Jim decidiu transformar sua paixão de colecionador em uma casa onde "se aluga história" para filmes e programas de televisão.
Os corredores da 'History for Hire' possibilitam um passeio errático pelo século XX: câmeras, estetoscópios, luvas de beisebol, cadeiras, berços, cosméticos, maletas, telefones, equipamentos militares da Primeira e Segunda Guerra do Vietnã, da Coreia, uma cadeira elétrica, etc.
"Sentimos algo especial a respeito destes artigos porque têm uma segunda vida", disse Jim Elyea à AFP após uma caminhada pelo galpão de 10.000 metros quadrados em North Hollywood, uma zona industrial ao norte de Los Angeles.
"Depois que deixam de cumprir sua vida útil, chegam aqui e interpretam eles mesmos nos filmes", completa.
Um cliente acaba de reservar 18 baterias e 40 guitarras e baixos para o filme "Jersey Boys" - sobre a banda dos anos 50 e 60 The Four Seasons -, dirigido por Clint Eastwood e que começará a ser rodado na próxina semana.
O diretor de arte de Eastwood, Michael Sexton, já criou os cenários de outros filmes do cineasta, como "J. Edgar", "Invictus" e "Cartas de Iwo Jima".
Sexton também usou a History for Hire em "Argo", vencedor do Oscar de 2013.
"Temos que garantir que o artigo seja historicamente correto. Às vezes vocês tem que ter certeza de uma caneta é de 1952", conta.
Sexton explica que deve controlar cada item que aparece em um filme, por menor que seja, com catálogos de época, jornais, fotos antigas e, em alguns casos, os arquivos do próprio fabricante.
Os Elyea encaram a precisão histórica como uma espécie de responsabilidade social.
"Nos preocupamos muito que os filmes e os programas de televisão sejam corretos historicamente", explica Jim Elyea, porque segundo ele a maioria das pessoas se familiariza com a história a través de una pantalla.
Durante o frenético percurso pelo galpão, Pam Elyea mostra um carro de bebê de 1900, que foi usado em "A Família Addams", "A Noiva de Chucky" e "Chaplin".
Depois passa ao lado da mesa de maquiagem dos anos 20 usada em "O Artista".
O casal Elyea baseia boa parte de sua consultoria para filmes de época na coleção de catálogos da loja de departamentos Sears, que vão de 1900 a 1980.
"Se você quer ver o que uma pessoa usava em 1922, em 1947 ou em 1903, precisa apenas ir até a nossa biblioteca, escolher o catálogo correspondente e encontrar o item correto", afirmou Jim.
Jim e Pam Elyea alimentam a gigantesca coleção comprando, na internet ou pessoalmente, qualquer artigo que pareça útil para um filme e que, às vezes, pode ser tão banal como uma caixa vazia de cereal.
Por exemplo, em "Saving Mr. Banks", um filme sobre a relação entre Walt Disney e a criadora de Mary Poppins, a escritora interpretada por Emma Thompson usará uma bolsa que Jim e Pam Elyea compraram em uma loja de antiguidades de Austin, Texas.
Mas os Elyea também reproduzem peças antigas e contam com funcionários que recriam as etiquetas dos produtos antigos.
"Olha este frasco gigante. Fizemos para 'Mad Men', era supostamente um desenho de Don Draper", conta, em referência ao protagonista do programa, que desenhou um frasco de maionese Hellmann's como o dos anos 60.

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