Abandonado pelas produções nacionais, o adolescente brasileiro se tornou um alvo fácil para Hollywood, que nos últimos anos passou a apostar em um recorte poderoso de público: o infantojuvenil.
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A proposta não poderia ser mais acertada, especialmente no Brasil. Segundo levantamento do instituto de pesquisa Ipsos Media CT, 24% do público que foi ao cinema entre abril de 2013 e março de 2014 era composto por adolescentes entre 10 e 17 anos. Se somados aos jovens adultos, entre 18 e 24 anos, a porcentagem sobe para 51%.
Um grupo relevante que adora um boca a boca e não dá sinal de cansaço. Os pais que preparem os bolsos.
Além da estreia em plena quarta-feira, fato inédito no cinema brasileiro, que este ano passou a adotar as quintas como dia de lançamento, o novo Jogos Vorazes vai ocupar 1.400 salas, pouco mais que a metade das 2.765 existentes no território nacional. Segundo Gurman, a expectativa é que o longa arrebanhe 5 milhões de espectadores. Se bater a meta, o filme, sozinho, fará praticamente a soma dos seus dois antecessores, que juntos levaram 5,5 milhões de pagantes ao cinema. Para o capítulo derradeiro, previsto para 2015, o planejamento é dobrar o resultado, chegando a um público de 10 milhões.
O Vilão teen é aposta da Paris Filmes desde 2008, quando a empresa decidiu, sem saber se daria certo, lançar no Brasil a franquia de um romance estrelado por vampiros – basta dizer que a série se chamava Crepúsculo e o resto é história. A saga fantástica se tornou o case de sucesso da empresa, que viu sua participação no mercado crescer 249% a partir daí e se tornar a maior do bolo. Hoje, os filmes da casa destinados para adolescentes, que ganharam o reforço da série Divergente em 2014, somam mais de 30% da receita. “O público teen é o que está no cinema. É um passeio seguro, proporciona uma experiência saudável e os pais deixam os filhos saírem sozinhos com amigos, sem preocupações”, diz Gurman.