Um centro de quarentena usado por pacientes com suspeita de ebola foi atacado e saqueado por manifestantes armados em Monróvia, capital da Libéria, informa a polícia.
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Segundo um representante do Ministério da Saúde da Libéria, os manifestantes estavam insatisfeitos com o fato de pacientes de fora da capital estarem sendo tratados no centro de quarentena.
Mas há relatos de que os manifestantes acreditavam que a epidemia de ebola é um boato e queriam forçar o fechamento do centro.
O local havia sido montado para monitorar pacientes com suspeita de contaminação pelo ebola. Se essa suspeita fosse confirmada, os pacientes eram então levados a um hospital, disse Tolbert Nyenswah, ministro-assistente de Saúde.
'Estupidez'
Um policial disse que colchões e lençóis manchados de sangue, além de equipamentos médicos, foram roubados do centro.
"Foi uma das coisas mais estúpidas que vi na minha vida", declarou, agregando que os saques podem ampliar a contaminação na área de favelas de West Point, onde fica o centro, e que é densamente povoada.
A epidemia de ebola começou em fevereiro, na Guiné, e desde então espalhou-se por Libéria, Serra Leoa e Nigéria, no oeste da África.
Até sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde havia contabilizado 1.145 mortes em decorrência da doença, de um total de 2.127 casos identificados.
O ataque ao centro de quarentena é visto como um grande revés para a luta contra o ebola.
Especialistas dizem que o fim da epidemia depende, em grande parte, de seu controle na Libéria - onde muitas pessoas ainda sabem pouco sobre o vírus e se recusam a cooperar com as autoridades de saúde.
Os sintomas do ebola incluem febre alta e sangramento; o vírus ataca o sistema nervoso central e a taxa de mortalidade chega a 90%. Não há vacina ou cura.