A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) comandam as investigações, que já duram três meses e apontam para Mohamadou Lamine Fofana, de 57 anos, como o líder do grupo criminoso. A investigação descobriu ainda que esta é a quarta Copa em que a quadrilha atua.
Na mão da quadrilha, os lotes de ingressos custavam entre R$ 500 e R$ 700 mil, com margem de lucro de até 1.000%. Fofana teria ligações com cartolas da Fifa, que podem estar ligados com o esquema, assim como membros da CBF e das federações de futebol da Espanha e da Argentina.
O promotor Marcos Kac afirmou que o argelino “fez vários telefonemas para a Granja Comary”, sede da concentração e treinos da Seleção Brasileira, “na busca por ingressos”. “Suspeitamos que alguém repassasse a ele os bilhetes após a desistência dos jogadores”, completou, dizendo ainda que tudo ainda está sendo apurado e evitando falar em nomes de suspeitos.
Os detidos agora vão responder crimes de cambismo, ação criminosa e lavagem de dinheiro.
Em maio, em entrevista à Agência Pública, o jornalista britânico Andrew Jennings explicou o funcionamento do chamado “mercado negro” dos ingressos da Copa do Mundo, algo que ele detalha em seu livro Um jogo cada vez mais sujo. “Conseguir um ingresso para a Copa do Mundo é ganhar na loteria”, resumiu.