A série reinventou a morte na televisão, ao ponto de sair de cena em grande estilo ser até mais interessante para um ator do que manter seu personagem vivo. "Claro é que é ruim deixar a série, mas pode ser divertido morrer em Game of Thrones também. Vemos como é incrível quando um colega morre em cena, com todo o mundo comentando no Twitter", brincou Gwendoline Christie, que interpreta Brienne de Tarth, ainda viva em algum lugar no caminho para Winterfell.
O jogo da morte é mesmo um dos pilares do roteiro, admitiu o criador D.B. Weiss em visita ao Rio em março. E, como quem oferece um doce a uma criança, ele ainda prometeu ao público que esta temporada seria a mais sangrenta de todas. A expectativa é grande entre os fãs. Afinal, o que poderia superar o "casamento vermelho", sequência eletrizante do nono episódio da temporada anterior ou ser mais chocante do que uma grávida esfaqueada no ventre?
Nas dez episódios depois, recheados de gargantas cortadas, envenenamento apoteótico, castração com requintes de crueldade, entre outros detalhes sórdidos, a série deixa a impressão de que o auge ainda está por vir. Por enquanto, a produção sai consagrada como a maior audiência de todos os tempos da HBO, superando Família Soprano (1999-2007). "Amo os Sopranos, mas devo admitir que é bom ser o rei", escreveu Martin no seu blog, o Not a Blog.
O autor acompanha de camarote e com notável bom humor as interpretações que D.B. Weiss e David Benioff dão à história. O clima do livro é de fato sombrio, mas tudo parece mais sujo, violento e perverso na adaptação. A julgar pela audiência do programa, que só faz crescer, pode-se dizer que o tom da dupla é perfeito para atrair a atenção de um telespectador cada vez mais disperso em frente à TV - e menos interessado em histórias de ritmo lento, como as novelas da Globo, por exemplo.
Na "TV dos extremos", causam sensação séries como Breaking Bad e Homeland, que mantém seus personagens principais à beira do abismo o tempo todo e, com roteiros bem escritos e interpretados, põem o telespectador numa espécie de angústia solidária. É claro que todo protagonista precisa ser posto à prova, mas a diferença aqui é que se algo de péssimo pode acontecer ao personagem, certamente acontecerá - e não é por ser mocinho que ele vai se safar.
Os roteiristas de Game of Thrones tentam tornar a vida dos personagens muito pior do que nos livros. Um exemplo: quando os irmãos gêmeos Cersei (Lena Headey) e Jaime (Nikolaj Coster-Waldau) fizeram sexo ao lado do caixão do filho, o Rei Joffrey (Jack Gleeson). No livro, o sexo foi consensual e não teve o morto como testemunha; já na série, pareceu um abuso, o que levantou grandes discussões principalmente depois que o diretor Alex Graves disse que o estupro está na mente de quem vê.
Ao defender a cena do jeito que foi mostrada na TV, mesmo sendo diferente daquela que escreveu, Martin observou que o incômodo é fundamental nessa história. Resta saber qual a dose exata que transforma o asco em audiência. Até o momento, os produtores ouvem mais aplausos do que vaias quando forçam limites. Tanto é que, além de ser a mais vista da HBO e a mais pirateada de todos os tempos, a série é grande inspiradora de paródias.
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