Quantcast
Channel: Perez Hilton Brasil
Viewing all articles
Browse latest Browse all 4988

Biógrafo de AC/DC e Black Sabbath fala sobre lei brasileira: “a verdade não pede permissão”

$
0
0

Se Roberto Carlos fosse parte da banda de rock AC/DC ele teria um problema sério, ou dois: teria de desmanchar o penteado ao dançar o "head banging" e jamais poderia ter proibido o livro AC/DC – A Biografia, do escritor britânico Mick Wall, lançado originalmente na Grã-Bretanha e publicado recentemente no Brasil pela editora Globo Livros,que narra, em detalhes, a história do grupo de heavy metal, sem deixar de fora suas brigas internas.

O dramalhão protagonizado pelo rei da Jovem Guarda e outros amigos, como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque, do grupo Procure Saber, no fim de 2013, que defendia a censura prévia das biografias não autorizadas, foi motivo de escárnio para o biógrafo britânico. “É uma lei terrível, que beira a censura e dá a ideia de que as biografias são apenas fofocas. Se você quer a verdade, não deve pedir a permissão a ninguém. Se eu só escrevesse o que os roqueiros querem, eu faria livros mentirosos”, disse Wall em entrevista ao site de VEJA.

Um dos principais escritores no mundo da música, principalmente do rock, Mick Wall já publicou 21 biografias relacionadas, direta ou indiretamente, ao gênero – a grande maioria não autorizada. Entre elas, estão livros que contam histórias sórdidas de bandas como Metallica, Iron Maiden, Pearl Jam e Black Sabbath — a última também lançada pela Globo Livros este mês no Brasil. O escritor, que começou a carreira como jornalista musical nos anos 1980, trabalha atualmente em mais duas biografias: do guitarrista Joe Bonamassa e da banda The Doors, que têm lançamentos previstos para setembro e outubro deste ano na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos.

“Você acha que se minha biografia do AC/DC fosse autorizada, eles me deixariam contar a verdade sobre como Bon (Scott) morreu por causa de heroína e não apenas de álcool? Ou deixariam passar o relato da briga entre Malcolm Young (guitarrista) e Brian Johnson (atual vocalista) em seu primeiro show? Nada disso seria revelado, porque tudo o que as bandas querem é que digam que seus álbuns e vidas são incríveis”, diz o jornalista, que, ao melhor estilo Porta dos Fundos, ironizou a lei brasileira. “Se Hitler tivesse uma biografia no Brasil, teriam que dizer que ele era um cara superlegal, que fez tudo por boas razões. Essa lei é uma besteira”, diz.

Para o britânico, biografias não autorizadas não diminuem a importância artística do biografado nem seu prestígio, pelo contrário, deixam sua história mais interessante. “Para mim, Malcolm Young é um dos maiores idiotas que já existiram, assim como John Lennon e Bob Dylan. Contudo, eles pararam de fazer ótimos trabalhos por isso? Não. Mas significa que devemos ler baboseiras de como eles eram pessoas amáveis? Também não”, diz.

Viewing all articles
Browse latest Browse all 4988

Trending Articles