Os jornalistas do canal anglófono da Al Jazeera, Peter Greste, Baher Mohamed, e Mohamed Fahmy, encontram-se em prisão preventiva desde há três meses. Um quarto jornalista da Al Jazeera, Abdullah al-Shami, está detido há seis meses e em greve de fome desde 23 de Janeiro. Todos foram acusados pela ditadura militar egípcia de "divulgarem notícias falsas" e de "pertencerem a um grupo terrorista".
Shami já excedeu o limite permitido pela lei egípcia para a prisão preventiva, mas em 13 de Março último esse limite foi prorrogado por mais 45 dias.
Um quinto jornalista daquela televisão qatariana, Mohamed Badr, fora detido em 15 de Julho sob a acusação de participar em protestos na Praça Ramses, no Cairo, e, levado a tribunal, fora absolvido em 5 de Fevereiro.
À libertação de Badr não terá sido estranha a campanha internacional em curso e que em Fevereiro passou a estar presente no Twitter, com o hashtag #FreeAJStaff, desde então com 786 milhões de partilhas.
Para coincidir com a comparência em tribunal dos três arguidos, a campanha #FreeAJStaff produziu um vídeo em que vários nomes graúdos do jornalismo internacional surgem dizendo ao público: "Imagine um mundo em que a realidade é distorcida, imagine que é mantido no escuro sobre os principais acontecimentos mundiais, e imagine que é silenciado quando poderia salvar a sua vida expressando-se livremente".
Entre os jornalistas que participam no vídeo contam-se Christiane Amanpour, da CNN, Mark Austin e Julie Etchingham, da ITN, Mark Ferguson, do australiano Channel 7, e Shiulie GhoshSome, da Al Jazeera.
O presidente egípcio, Adli Mansour, reagiu à campanha enviando uma mensagem aos pais de Peter Greste, dos quatro detidos o único com passaporte australiano, prometendo-lhes "não poupar esforços com vista a uma rápida solução do caso".
O director da Al Jazeera English, Al Anstey, citado no site da televisão qatariana, comentou a campanha: "Estamos muito gratos aos nossos colegas por esse mundo, pelo apoio à nossa equipa detida no Egipto. Mohamed, Baher e Peter são jornalistas de categoria mundial e estão detidos por fazerem simplesmente o seu trabalho".
E acrescentou: "Temos visto, de todos os cantos do mundo, um apoio massivo a eles e ao jornalismo, de modo que a mensagem deste filme é clara: o jornalimo importa e as pessoas têm o direito a ser ouvidas e a ser informadas".